"Já nascemos prontos", interessante. Senti-me como uma versão gratuita de um curso ou um aplicativo. Possuo todos os recursos, mas ainda não tenho acesso a eles. Muitas reflexões... qual o preço da versão completa? Seria abrir mão do ego? Das ilusões? É caro, mas não é impossível. Nossa, preciso de um momento 'presença' agora. Obrigada.
O acesso é a questão. Enquanto alguns enxergam o ego como inimigo, entendo esse “eu” que pensa que é independente, como uma ferramenta, a ser utilizada só quando necessário. Como um “download”. Procuro deslocar minha atenção da mente para o coração. Quando faço isso (um truque apenas, mas funciona bem para mim), meus pensamentos sequestradores de atenção diminuem em frequência e permitem que eu perceba o perceber. Isso é Presença. E só precisamos disso.
Meu coração ainda é um labirinto com muitas armadilhas, mas o "perceba o perceber" tem me ajudado a identificá-las antes de acioná-las. O sentimento de culpa (muitas vezes sem razão aparente) é uma dessas armadilhas. O mundo exterior, esse que clama nossa atenção para o sofrimento da humanidade, por exemplo, exige um nível de consciência que aos olhos de terceiros pode parecer falta de empatia. É nesse momento que eu preciso acolher o meu ego, ensiná-lo a não se importar com a opinião alheia e apenas confiar no SER. Mas quem nunca tropeçou em uma pedra, mesmo que ela tenha estado no seu caminho todos os dias? Nem sempre é fácil arrancá-la porque ela pode ser apenas uma pequena ponta exposta de uma rocha entranhada na terra. Quando atenta, eu desvio. Distraída, eu tropeço. Mas todos os dias eu cavo um pouquinho seu entorno. Seu conteúdo é muito bom, obrigada.
Quem ou o que está sentindo culpa? Qual mundo exterior? Se pensarmos que nossa experiência abrange os dois (interior e exterior), percebemos que está tudo conectado em uma só experiência. A pedra "insistente" no caminho é só um lembrete de que estamos passando mais tempo na mente/ego do que na experiência, não prestando atenção ao presente, não aceitando o que vem, como o sofrimento da humanidade e pensando no que os outros vão dizer.
Sim, felizmente, hoje eu entendo o que você quer dizer. Mas ainda exige um esforço, o que torna ainda mais pertinente a leitura dos textos que você sugeriu. Lerei e comentarei, mas meu cérebro se comporta como um ruminante diante dessas reflexões.
Oi Max, obrigado, o tema é realmente instigante! Não vejo como despertar, mas sim um lembrar de quem somos e sempre fomos, uma Consciência, uma Presença que abraça tudo, inclusive nossas "unidades" corpo/mente que teimam em achar que são diferentes do todo... Descrevi como foi para mim no texto "Fronteira Interior" aqui:
"Já nascemos prontos", interessante. Senti-me como uma versão gratuita de um curso ou um aplicativo. Possuo todos os recursos, mas ainda não tenho acesso a eles. Muitas reflexões... qual o preço da versão completa? Seria abrir mão do ego? Das ilusões? É caro, mas não é impossível. Nossa, preciso de um momento 'presença' agora. Obrigada.
Adorei a analogia Cristiane!
O acesso é a questão. Enquanto alguns enxergam o ego como inimigo, entendo esse “eu” que pensa que é independente, como uma ferramenta, a ser utilizada só quando necessário. Como um “download”. Procuro deslocar minha atenção da mente para o coração. Quando faço isso (um truque apenas, mas funciona bem para mim), meus pensamentos sequestradores de atenção diminuem em frequência e permitem que eu perceba o perceber. Isso é Presença. E só precisamos disso.
Meu coração ainda é um labirinto com muitas armadilhas, mas o "perceba o perceber" tem me ajudado a identificá-las antes de acioná-las. O sentimento de culpa (muitas vezes sem razão aparente) é uma dessas armadilhas. O mundo exterior, esse que clama nossa atenção para o sofrimento da humanidade, por exemplo, exige um nível de consciência que aos olhos de terceiros pode parecer falta de empatia. É nesse momento que eu preciso acolher o meu ego, ensiná-lo a não se importar com a opinião alheia e apenas confiar no SER. Mas quem nunca tropeçou em uma pedra, mesmo que ela tenha estado no seu caminho todos os dias? Nem sempre é fácil arrancá-la porque ela pode ser apenas uma pequena ponta exposta de uma rocha entranhada na terra. Quando atenta, eu desvio. Distraída, eu tropeço. Mas todos os dias eu cavo um pouquinho seu entorno. Seu conteúdo é muito bom, obrigada.
Muito obrigado por essa rica troca.
Quem ou o que está sentindo culpa? Qual mundo exterior? Se pensarmos que nossa experiência abrange os dois (interior e exterior), percebemos que está tudo conectado em uma só experiência. A pedra "insistente" no caminho é só um lembrete de que estamos passando mais tempo na mente/ego do que na experiência, não prestando atenção ao presente, não aceitando o que vem, como o sofrimento da humanidade e pensando no que os outros vão dizer.
O conceito do Wu Wei (ação sem esforço) do Tao, fala um pouco sobre isso. Escrevi aqui: https://cadulemos.substack.com/p/flow-e-wu-wei
e
https://cadulemos.substack.com/p/wu-wei-flow-e-a-natureza-nao-dual
Sim, felizmente, hoje eu entendo o que você quer dizer. Mas ainda exige um esforço, o que torna ainda mais pertinente a leitura dos textos que você sugeriu. Lerei e comentarei, mas meu cérebro se comporta como um ruminante diante dessas reflexões.
Incrível!!
Altas reflexões aqui!
O que você entende por "Despertar da Consciência"?
Oi Max, obrigado, o tema é realmente instigante! Não vejo como despertar, mas sim um lembrar de quem somos e sempre fomos, uma Consciência, uma Presença que abraça tudo, inclusive nossas "unidades" corpo/mente que teimam em achar que são diferentes do todo... Descrevi como foi para mim no texto "Fronteira Interior" aqui:
https://cadulemos.substack.com/p/a-fronteira-interior-4b6