Em minhas palestras, compartilho perspectivas que podem soar controversas para alguns, mas que encontram suporte em diversos campos do conhecimento humano. Quando lanço mão de informações, estudos e descobertas científicas e neurológicas, o faço não para validar verdades absolutas, mas sim para criar pontes com aqueles que precisam de âncoras racionais para considerar possibilidades além do conhecido.
Aqui, alguns exemplos:
Explorando a Consciência: Uma Jornada Interior
Nova série de artigos e vídeos, veja o primeiro episódio aqui: Obrigado por ler O Psiconauta! Assine gratuitamente para receber novos posts e apoiar meu trabalho.
Sempre abordo o poder que tem a imaginação e convido as pessoas a usarem esse nosso “sexto sentido” para visualizar o momento em que chegamos ao mundo: um ser completamente novo, uma tela em branco, absorvendo tudo ao seu redor com uma intensidade crua, sem filtros, sem rótulos, sem um nome para chamar de seu. É como se fosse apenas uma consciência viva, pulsante, respirando no aqui e agora. Nada é separado, nada é julgado. Tudo simplesmente é. Esse estado de pura presença é quase como o oceano antes de saber que ele tem ondas.
Mas, inevitavelmente, as ondas vêm.
Por volta dos dos dois anos, ou um pouquinho mais, alguma coisa muda de forma irreversível. Você começa a perceber que existe como algo distinto, diferente do entorno. É o "eu" nascendo, o ego ganhando forma. Você aprende que tem um nome, uma história, um corpo que te pertence. De repente, a fluidez daquele oceano é interrompida, e você começa a se identificar com as ondas, como se o mundo ao seu redor gentilmente, mas de forma insistente, quase mecânica, colocasse etiquetas em você: “Isto é você. Isto não é você.” A linguagem, essa ferramenta incrível que usamos para nos conectar, aqui, também começa a nos separar. Bom e mau. Certo e errado. Eu e o outro.
Esse "eu", que chamamos de ego, não é um vilão como alguns “gurus’’ espirituais ou de auto ajuda querem nos convencer. Ele nasce como um mecanismo de proteção, uma bússola que tenta navegar a vida. Mas, com o passar do tempo, o que inicialmente é útil se transforma em uma gaiola. Você começa a acreditar que é só aquilo: um corpo, uma mente, uma história, a sua história. O ego te protege, mas também te aprisiona. Aquela voz interior, aquele diálogo que todos temos conosco mesmo, sussurrando medos de perda, comparações, insuficiências, cria conflitos que parecem impossíveis de se resolver, e, talvez o mais cruel de tudo, nos convence de que você estamos sozinhos.
E se, desde o começo, fosse diferente? Se nos ensinassem que o ego é apenas uma ferramenta, uma espécie de traje que vestimos para viver no mundo, mas que, no fundo, não é quem realmente somos? E se nos mostrassem que, por trás das divisões, existe uma unidade inalterável? Uma essência que não foi tocada nem pelas palavras, nem pelas histórias? Seria como viver sem esquecer que somos o oceano, mesmo quando as ondas estão agitadas.
Esse tipo de percepção às vezes chega como um relâmpago, um vislumbre repentino que rasga esse imperceptível véu da separação. Outras vezes, é um processo lento, como alguém tirando as camadas de uma cebola, uma por uma. A questão aqui, não é aprender mais; é sim, desaprender. É soltar. Deixar para trás o que nos disseram que deveríamos ser, para que possamos lembrar quem sempre fomos.
Práticas como a atenção plena e a meditação têm sido como lanternas nesse caminho. Elas não eliminam magicamente os pensamentos ou os problemas, mas oferecem algo mais precioso: uma nova forma de olhar para eles. De repente, você percebe que seus pensamentos são apenas isso, pensamentos. Não são verdades absolutas, não são ordens que você precisa seguir. Eles vêm, ficam por um tempo e vão embora, como nuvens no céu. Assim como as emoções.
E algo curioso acontece quando começamos a apenas observar em vez de reagir: nossa relação com os outros muda. É como se a gente enxergasse além das máscaras que todos usamos. Percebemos que cada pessoa está fazendo o melhor que pode, assim como nós todos aliás, lutando nossas próprias batalhas internas. Isso traz uma compaixão inesperada. Não aquela compaixão condescendente, mas uma que nasce de um lugar profundo, que reconhece o outro como um reflexo de si mesmo.
E o tempo? Ah, o tempo. Antes, ele parecia um tirano, sempre nos puxando para o passado, em geral ruminando ou remoendo arrependimentos ou nos empurrando para o futuro, num deslocamento temporal que rouba quase metade de nossa vida (veja aqui). Mas, aos poucos, descobrimos que o único lugar real, tangível e concreto, pelo menos para nossos sentidos, é o agora. Não o agora como um conceito bonito que você lê em livros ou ouve nos abundantes vídeos e podcasts disponíveis no supermercado espiritual, mas o agora como uma experiência visceral.
É aqui, neste momento, que a vida acontece. O resto é só fumaça.
Claro, a jornada não é linear. Existem dias em que nos sentimos mais conscientes, mais livres. E outros em que parece que nada mudou, em que os velhos padrões voltam como fantasmas insistentes, como a força da gravidade que nos traz de volta para o mundo mental, do ego. Mas até nisso há beleza. Porque cada vez que você percebe sua inconsciência, já está um passo mais perto da liberdade, ao voltar para aquele lugar de silêncio, do observador de si mesmo.
É como acordar de um sonho dentro de outro sonho, até que, um dia, talvez, você esteja totalmente desperto. Ou perceba tudo aquilo que já estava lá e não víamos por conta dos pensamentos encadeados que nos sequestram e pelas histórias que contamos a nós mesmos o tempo inteiro.
Não há um "final" para essa jornada. Não existe esse lugar onde finalmente chegamos e dizemos: "Pronto, agora entendi tudo."
O que existe é o processo, o caminhar. Cada segundo é um convite para estar presente, para explorar o mistério da existência com uma curiosidade renovada. Às vezes, isso significa meditar em silêncio. Outras vezes, significa rir com amigos, dançar sem motivo ou simplesmente sentar no jardim e contemplar aquela flor que não estava lá ontem.
Já estamos onde precisamos estar: aqui, agora, neste exato momento.
A jornada de entendimento da nossa real identidade na verdade, não é a busca por se tornar alguém novo e sim lembrar de quem sempre fomos. E, ao lembrarmos, encontramos algo profundamente libertador:
Sempre fomos o oceano.
As ondas, no final das contas, eram só uma dança, uma manifestação temporária da Consciência Desperta, da Presença.
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Please find an Illuminated Understanding of Consciousness and Reality as Indivisible Conscious Light via these references.
http://www.consciousnessitself.org
http://www.dabase.org/gnosticon.htm an introduction to The Gnosticon which is very much about Consciousness & Reality as Indivisible Conscious Light
http://www.integralworld.net/reynolds18.html the Miracle of Conscious Light
http://www.integralworld.net/reynolds6.html The Seven Stages of Life
http://www.integralworld.net/reynolds33.html