Diante do ocorrido esta semana, me vi impelido a gravar este vídeo e escrever sobre algo que gostaria, fosse pauta de reflexão e ação.
Ao invés de nos posicionarmos apenas como "líderes" separados daqueles que lideramos, precisamos reconhecer que todos fazemos parte de um mesmo tecido da vida.
Nossa tarefa então não é principalmente seguir uma agenda egoica de controle e domínio, mas sim facilitar o desenvolvimento e o florescer do potencial humano de forma harmoniosa e plena.
Essa mudança de perspectiva exige que a gente deixe para trás nossos egos inflados e nosso senso limitado de individualidade. Precisamos desenvolver uma consciência expandida de que cada um de nós é apenas uma expressão temporária da vida encontrada em todos os seres.
Não há nós contra eles, há apenas nós.
Uma boa semana e que o #flow esteja com você.
Até sempre.
Transcrição do video:
Resolvi escrever este artigo (e gravar um video, caso você prefira, aqui), por conta dos ocorridos desta semana que passou, embora o tema esteja sempre na minha pauta.
A existência humana é muitas vezes marcada pela dualidade:
O bem x mal, certo x errado, nós x eles.
Mas atenção, a própria noção de dualidade carrega uma armadilha - ela implica uma separação entre as coisas que na verdade são interdependentes e fazem parte de um todo maior.
Como líderes, precisamos transcender essa visão limitada e agir a partir de uma compreensão mais abrangente de não dualidade.
Ao invés de nos posicionarmos apenas como "líderes" separados daqueles que lideramos, precisamos reconhecer que todos fazemos parte de um mesmo tecido da vida. Nossa tarefa então não é principalmente seguir uma agenda egoica de controle e domínio, mas sim facilitar o desenvolvimento e o florescer do potencial humano de forma harmoniosa e plena.
Essa mudança de perspectiva exige que a gente deixe para trás nossos egos inflados e nosso senso limitado de individualidade. Precisamos desenvolver uma consciência expandida de que cada um de nós é apenas uma expressão temporária da vida encontrada em todos os seres. Não há nós contra eles, há apenas nós.
Mas como colocar isso em prática no mundo real da liderança?
Aqui estão algumas ideias concretas baseadas na compreensão da não dualidade:
Ouvir de verdade- uma das maiores armadilhas da liderança é acreditar que sempre temos as respostas. Precisamos cultivar escuta ativa e humildade, reconhecendo que todos na equipe têm algo valioso a contribuir. Só assim podemos tomar decisões realmente compartilhadas.
Agir com compaixão - em vez de julgar ou cobrar, precisamos nos conectar com as dores e dificuldades dos outros. Somente a partir da compaixão e não apenas empatia, podemos guiar com sabedoria e inspirar o melhor nas pessoas.
Dar espaço para o autoconhecimento - precisamos estimular reflexão e crescimento pessoal na equipe, entendendo que isso resulta em um trabalho mais significativo e colaborativo. O desenvolvimento do outro é o nosso próprio desenvolvimento.
Dividir o poder - muitos líderes temem perder poder ao compartilhar autoridade e responsabilidades. Mas na verdade, empoderar os outros acaba fortalecendo muito mais o conjunto. Distribuir o poder possibilita e provoca o engajamento e a inovação.
Questionar a adversarialidade - em vez de criar "nós contra eles", ver o outro como obstáculo, como concorrente, como um problema a ser resolvido, busque pontes de cooperação.
Dentro de nossas melhores possibilidades, vamos procurar tratar até os adversários com dignidade e procurando entender suas motivações. Isso pode abrir caminhos que antes não eram percebidos.
- Servir em vez de ser servido - o ego anseia por status e reconhecimento, mas o papel do líder é servir e elevar a equipe, não o contrário. Focar no crescimento e bem-estar dos outros é o caminho para a liderança mais gratificante.
Não é fazer para a equipe nem com a equipe. É fazer pela equipe.
- Aceitar a impermanência - nada permanece como é. Precisamos lidar com a mudança de forma flexível e equilibrada, sem apego a fórmulas rígidas ou receitas prontas. A adaptabilidade é a chave para a sustentabilidade a longo prazo e uma das características mais importantes para a nova liderança consciente, que começa a surgir depois da pandemia e entendendo os modelos ‘comando e controle’ como datados e anacrônicos, essa semana tivemos uma ótima demonstração disso.
- Viver os próprios ensinamentos - não basta falar, é preciso liderar com o exemplo. Nossas ações precisam estar alinhadas aos nossos valores de conexão, humildade e servir aos outros. Só assim nossas palavras vão transmitir credibilidade e poder de transformação.
Em última análise, trata-se de reconhecer que no universo da #nãodualidade não existe um líder separado daqueles que lidera. Há apenas a corrente da vida fluindo através de todos nós. Nossa tarefa comum é facilitar que essa corrente alcance seu pleno potencial de criatividade, liberdade e realização.
Ao fazer isso partindo de dentro para fora, com compaixão e servindo aos outros, podemos ajudar a cultivar ambientes de trabalho mais significativos, justos e sustentáveis. Esse é o verdadeiro chamado da liderança além do ego.
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"Psiconauta" é uma palavra baseada em raízes gregas que se traduzem em “explorador da mente”. É uma mistura de "psico'', um prefixo usado para descrever processos mentais ou práticas como psicologia e termos como argonauta e astronauta, cujas “viagens e explorações dos mares e do espaço” evocam uma transcendência elevada ou espiritual. A ideia é mensalmente provocar, refletir e agir sobre temas da mente e espírito.
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