Parabéns pelo texto. Desculpe a ousadia de uma ignorante que mal sabe o que é estado de flow, quiçá sobre Spinoza, mas que se atreve a palpitar... No meu ponto de vista, que nada mais é que a vista de um ponto, a separação clara se dá a partir de se colocar como observador ou observado, e meu palpite é que é impossível que isso seja simultâneo, o que me faz crer que existe um "fora" e um "dentro". Concordando com Spinoza sobre a substância infinita, discordo apenas que sejam só essas; levando em consideração a física, existem outras substâncias: (demônio) negativa, (atmosfera) neutra, (anjos caídos) obscura — e são todas infinitas. Talvez o "dentro" e o "fora" possam ser constatados no Brahman ou no estado de flow.
Karyn, muito obrigado por seu comentário e instigante questionamento. Antes de tudo, gosto muito da experessão do ponto de vista à partir de um ponto, uso bastante também. Portanto, desse meu ponto de vista, meu objetivo com meus textos aqui (pode reparar que todos circulam em torno do mesmo tema, não dualidade, Consciência não local, estado de flow, etc), é o de provocar não apenas reflexões no campo da mente, mas vislumbres instintivos, de outro lugar que não a racionalização e a explicação que nosso ego/mente busca em tudo.
A ideia do texto é que não estamos separados do resto. Não há dentro ou fora. Onde está o limite do corpo com o externo? Jà vimos que somos formados por partículas (protons, eletrons, neutros e outros ‘ons’) que não se tocam, vibram em frequências diferentes dando a sensação de solidez. Se imaginarmos que isso é assim (a física já provou há tempos), somos permeáveis não há dentro e fora. A Consciência se forma fora ou dentro do cérebro? Outra pergunta instigante e muito debatida há tempos, (inclusive no novo livro de Dan Brown que acabou de ser lançado, “O segredo final”). Aliás, é curioso e sintomático ver esse tema chegando ao “mainstream”…
Meu ponto é que se não sou limitado ao meu “aparato” corpo/mente, o que sou e mais, onde estou? Dá uma lida nesse outro texto (parte 1 de 3). Depois me conte.
Obrigada por me explicar. Seus textos são ótimos e instigam a "pensar fora da caixa", e isso é desafiador. Entendi perfeitamente a parte do vislumbre instintivo que não é explicado, apenas sentido, e que não há separação de nós com o resto.
Na pergunta sobre o limite do corpo com o externo, se me permite, minha resposta é mais uma curiosidade do que propriamente uma tentativa de respondê-la... Considerando que Deus é o todo e somos uma partícula Dele, temos “limitado” ao corpo o espírito. Pela minha religião, que é a católica, ao fazer o sinal da cruz repetimos: “em nome do Pai” (consciência, glândula pineal), “em nome do Filho” (sentimento, coração), “do Espírito” (internalização indivisível, lado esquerdo metafórico de acordo com o sinal), “Santo” (alma, completude, porém volátil, dentro e fora).
Entendo esse sinal como sendo um mapa explicado pela oração do Credo: “Seu único Filho concebido pelo Espírito Santo”, ou seja, somente a Cristo foi dado o poder da unção sem separação do Espírito e da alma dentro do corpo aqui na Terra.
Jesus está à direita de Deus, “onde há de ir os vivos e os mortos”. Nós, enquanto meros vivos (corpo), temos uma luta entre o espírito e a alma. O espírito é interno, “preso” ao nosso corpo; a alma é volátil, eu diria fugidia, ela não é “presa” ao corpo, alimenta o espírito no corpo, mas não é unida a ele. Quando houver a “remissão dos pecados”, aí sim haverá “unção” entre espírito e alma extrafísico, no encontro com Deus.
Então, com base nesse ponto de vista, entendo que o corpo é limitado ao externo pelo espírito, embora seja afetado o tempo todo e alimentado pela alma. Conseguimos chegar à unção de espírito e alma enquanto meros mortais? Não! O que temos são “fragmentos excepcionais” que aproximam um do outro por termos a partícula de Deus.
E isso é alcançado no nível vibracional equilibrado, onde o espírito tem momentaneamente a oportunidade de sair do corpo através da ajuda da fuga da alma — e são dados muitos nomes a esse acontecimento em diversas religiões, muitos deles citados em seu texto, inclusive o próprio estado de flow.
Ficarei muito grata se puder me responder seu ponto de vista quanto à minha vista desse ponto. Sinta-se à vontade para mostrar minha ignorância quanto ao assunto e contrariar-me — será um prazer imenso sanar um pouco, uma das muitas curiosidades que tenho sobre isso.
Karyn, obrigado novamente. Não me sinto apto a discorrer sobre sua resposta por não ter intimidade com a prática religiosa.
Minha visão é muito pragmática e como deixo claro em muitos dos meus textos, distante e desconectada de tradições religiosas ou filosóficas. Posso dizer no entanto, que sinto sua descrição como uma metáfora poderosa e que aponta para Deus como sendo a Consciência absoluta (C maiúsculo)e nós, expressões físicas e mentais, animadas por essa Consciência mas ainda limitados aos nossos próprios túneis de realidade (consciência relativa - ego).
Meu entendimento, ou lembrança, como prefiro chamar, aconteceu de forma isolada, pessoal e portanto é apenas deste ponto de vista que posso falar sobre isso.
O processo de entendimento (que alguns chamam de despertar, mas que na verdade sempre esteve em nós, por isso considero a busca fútil), é rigorosamente individual e cada um de nós tem seus próprios recursos que podem facilitar ou dificultar esse processo. Recomendo alguns autores para você explorar o tema aqui no Substack:
Parabéns pelo texto. Desculpe a ousadia de uma ignorante que mal sabe o que é estado de flow, quiçá sobre Spinoza, mas que se atreve a palpitar... No meu ponto de vista, que nada mais é que a vista de um ponto, a separação clara se dá a partir de se colocar como observador ou observado, e meu palpite é que é impossível que isso seja simultâneo, o que me faz crer que existe um "fora" e um "dentro". Concordando com Spinoza sobre a substância infinita, discordo apenas que sejam só essas; levando em consideração a física, existem outras substâncias: (demônio) negativa, (atmosfera) neutra, (anjos caídos) obscura — e são todas infinitas. Talvez o "dentro" e o "fora" possam ser constatados no Brahman ou no estado de flow.
Acabei de recomendar um texto da Joan Tollifson no meu notes:
https://substack.com/@cadulemos/note/c-165558429?r=vbnx&utm_source=notes-share-action&utm_medium=web
Karyn, muito obrigado por seu comentário e instigante questionamento. Antes de tudo, gosto muito da experessão do ponto de vista à partir de um ponto, uso bastante também. Portanto, desse meu ponto de vista, meu objetivo com meus textos aqui (pode reparar que todos circulam em torno do mesmo tema, não dualidade, Consciência não local, estado de flow, etc), é o de provocar não apenas reflexões no campo da mente, mas vislumbres instintivos, de outro lugar que não a racionalização e a explicação que nosso ego/mente busca em tudo.
A ideia do texto é que não estamos separados do resto. Não há dentro ou fora. Onde está o limite do corpo com o externo? Jà vimos que somos formados por partículas (protons, eletrons, neutros e outros ‘ons’) que não se tocam, vibram em frequências diferentes dando a sensação de solidez. Se imaginarmos que isso é assim (a física já provou há tempos), somos permeáveis não há dentro e fora. A Consciência se forma fora ou dentro do cérebro? Outra pergunta instigante e muito debatida há tempos, (inclusive no novo livro de Dan Brown que acabou de ser lançado, “O segredo final”). Aliás, é curioso e sintomático ver esse tema chegando ao “mainstream”…
Meu ponto é que se não sou limitado ao meu “aparato” corpo/mente, o que sou e mais, onde estou? Dá uma lida nesse outro texto (parte 1 de 3). Depois me conte.
https://open.substack.com/pub/cadulemos/p/a-nao-dualidade-ou-voce-nao-e-quem?r=vbnx&utm_medium=ios
Para fechar, ou abrir a conversa ;) gosto de usar uma frase que creio, seja provocativa: Falo sobre a “observação sem observador”.; Quase um koan…
Um ótimo fim de semana!
Obrigada por me explicar. Seus textos são ótimos e instigam a "pensar fora da caixa", e isso é desafiador. Entendi perfeitamente a parte do vislumbre instintivo que não é explicado, apenas sentido, e que não há separação de nós com o resto.
Na pergunta sobre o limite do corpo com o externo, se me permite, minha resposta é mais uma curiosidade do que propriamente uma tentativa de respondê-la... Considerando que Deus é o todo e somos uma partícula Dele, temos “limitado” ao corpo o espírito. Pela minha religião, que é a católica, ao fazer o sinal da cruz repetimos: “em nome do Pai” (consciência, glândula pineal), “em nome do Filho” (sentimento, coração), “do Espírito” (internalização indivisível, lado esquerdo metafórico de acordo com o sinal), “Santo” (alma, completude, porém volátil, dentro e fora).
Entendo esse sinal como sendo um mapa explicado pela oração do Credo: “Seu único Filho concebido pelo Espírito Santo”, ou seja, somente a Cristo foi dado o poder da unção sem separação do Espírito e da alma dentro do corpo aqui na Terra.
Jesus está à direita de Deus, “onde há de ir os vivos e os mortos”. Nós, enquanto meros vivos (corpo), temos uma luta entre o espírito e a alma. O espírito é interno, “preso” ao nosso corpo; a alma é volátil, eu diria fugidia, ela não é “presa” ao corpo, alimenta o espírito no corpo, mas não é unida a ele. Quando houver a “remissão dos pecados”, aí sim haverá “unção” entre espírito e alma extrafísico, no encontro com Deus.
Então, com base nesse ponto de vista, entendo que o corpo é limitado ao externo pelo espírito, embora seja afetado o tempo todo e alimentado pela alma. Conseguimos chegar à unção de espírito e alma enquanto meros mortais? Não! O que temos são “fragmentos excepcionais” que aproximam um do outro por termos a partícula de Deus.
E isso é alcançado no nível vibracional equilibrado, onde o espírito tem momentaneamente a oportunidade de sair do corpo através da ajuda da fuga da alma — e são dados muitos nomes a esse acontecimento em diversas religiões, muitos deles citados em seu texto, inclusive o próprio estado de flow.
Ficarei muito grata se puder me responder seu ponto de vista quanto à minha vista desse ponto. Sinta-se à vontade para mostrar minha ignorância quanto ao assunto e contrariar-me — será um prazer imenso sanar um pouco, uma das muitas curiosidades que tenho sobre isso.
Karyn, obrigado novamente. Não me sinto apto a discorrer sobre sua resposta por não ter intimidade com a prática religiosa.
Minha visão é muito pragmática e como deixo claro em muitos dos meus textos, distante e desconectada de tradições religiosas ou filosóficas. Posso dizer no entanto, que sinto sua descrição como uma metáfora poderosa e que aponta para Deus como sendo a Consciência absoluta (C maiúsculo)e nós, expressões físicas e mentais, animadas por essa Consciência mas ainda limitados aos nossos próprios túneis de realidade (consciência relativa - ego).
Meu entendimento, ou lembrança, como prefiro chamar, aconteceu de forma isolada, pessoal e portanto é apenas deste ponto de vista que posso falar sobre isso.
O processo de entendimento (que alguns chamam de despertar, mas que na verdade sempre esteve em nós, por isso considero a busca fútil), é rigorosamente individual e cada um de nós tem seus próprios recursos que podem facilitar ou dificultar esse processo. Recomendo alguns autores para você explorar o tema aqui no Substack:
https://substack.com/@joantollifson
https://substack.com/@robertsaltzman
https://substack.com/@shivsengupta
https://dailynonduality.substack.com/
https://transparencyofthings.substack.com/
Boas leituras, depois me conte como foi e vamos nos falando!
Os lerei, grata!